segunda-feira, 19 de abril de 2010

16/04

Eu sempre fui apaixonada pela escrita. Achava que as letras eram coisas extraordinárias, afinal elas são nossa forma de comunicação, além da fala, claro. Mas eu sempre admirei pessoas que escrevem, sempre admirei a capacidade que elas tem de colocar no papel (ou digitar) tudo o que sentem.
Me descobri nesse meio há algum tempo e comecei fazendo poesias. Me lembro até hoje de ter sentado em um banco, enquanto minha mãe assistia a uma missa longa demais, pegar meu caderno, que, normalmente, estava cheio de desenhos, e começar a escrever tudo que me vinha à cabeça, rimando as palavras do final. Eu não sabia da minha capacidade... Nem eu, nem ninguém. Minha mãe, após a missa, olhou o que eu tinha escrito e ficou orgulhosa de mim, disse que eu deveria continuar escrevendo. E foi isso que eu fiz. Durante praticamente a minha vida toda, eu tive diários. Alguns deles começaram com a famosa frase "Querido diário" e outros, já maduros, contavam somente sobre o meu cotidiano. Levando em conta que dizem que todos os escritores começam escrevendo diários, eu estava indo muito bem...
Não me lembro se eu realmente escrevia textos e poesias sobre os meus sentimentos nessa época, mas a partir de certa etapa da minha vida, comecei a escrever sobre tudo que eu sentia. Amor, tristeza, alegria, fé, esperança...Tudo. Acabei me destacando na parte romântica. Minha mãe adorava meus textos e poesias e eu fui cada vez me apegando mais à escrita e a todos os bens que ela me trazia.
Quando me mudei para o quarto que antes era da minha tia, pude perceber que eu tinha uma coisa muito boa a meu favor: uma gaveta com chave. Eu poderia colocar ali tudo que eu quisesse e depois esconderia a chave. Então, eu comecei a escrever mesmo todos os dias, mas não mais como um diário, escrevia pensamentos e tudo que eu estava sentindo naquele exato momento. Desde frases, até letras inteiras de músicas.
Em 2009, eu criei um blog trancado. Só eu poderia lê-lo e confesso que isso me ajudou muito a superar algumas situações da minha vida, porque era só assim que eu sabia me expressar e talvez raciocinar para resolver meus problemas... Eu mandava meus textos para algumas pessoas, e essas pessoas foram, aos poucos, se tornando minhas fãs e querendo ler cada vez mais textos. Todos me diziam que eu deveria escrever para todos.
Mas como escrever para um monte de gente se tudo que eu sabia fazer era escrever sobre eu mesma? Como não ser chata? Como não me expôr demais?
Demorei um tempo até decidir que poderia ser uma boa ideia e que, se não fosse, era só eu excluir o blog depois. O problema é que eu decidi fazer isso numa época bem difícil (dia 16/03...a data do título refere-se justamente a um mês que meu blog "nasceu"), que eu estava cheia de problemas que não valem a pena serem comentados, mas que eu achava que seria impossível ser impessoal (e talvez uma semana depois eu descobri que nós nunca somos impessoais) em algum assunto abordado e que, provavelmente, em todos os meus textos eu iria xingar alguém. Porém, não foi isso que aconteceu. Eu aprendi a ser eu sem ser eu. Aprendi a expôr as minhas opiniões nos textos sem me expôr, sem falar demais do pessoal e falar mais do coletivo. Porque eu tinha certeza que tudo que estava acontecendo comigo, acontecia simultaneamente com um monte de gente. Afinal, não sou só eu que tenho sentimentos.
Comecei com o blog, um texto pequeno, mas já fui super bem recebida, cheia de elogios e beijinhos na bochecha. Minha mãe me fez o favor (na hora que ela me contou, eu fiquei com vergonha) de espalhar o endereço do meu blog para todas as amigas dela. Em pouco tempo, eu tinha, no mínimo, dez leitores e isso já era suficiente para eu resolver seguir em frente.
Em um dos meus textos, uma amiga me disse que eu tinha a feito sorrir. Com o tempo, várias pessoas passaram a ler com frequência e também dizer que refletiam muito com as coisas que eu escrevia. Tudo isso, aos poucos, me fez melhorar. Acho que isso foi meu abrigo, meu refúgio, e não sei se estaria feliz do jeito que estou hoje se não fosse meu blog, meus leitores, meu textos e minha paixão por escrever.
Todos tem o dom para alguma coisa... Hoje, eu sou elogiada e valorizada por algo que eu amo fazer e não pretendo parar. Escrever é a minha arte, o jeito que eu achei para encarar o mundo e refletir sobre ele. O jeito que eu achei para deixar a minha marca, a minha opinião em tudo que acontece em volta de mim e o jeito que eu encontrei para expôr ao mundo que sim, eu tenho sentimentos. Sim, eu sou sensível. E, sim, tudo que eu quero é ser feliz.
Obrigada a todos que me acompanham, seja a muito tempo ou a pouco. Vocês são essenciais.
OBS: Recentemente, recebi a informação que eu sou uma "versão da Clarice, young" (obrigada, Felippe). Não preciso nem dizer o quanto estou me achando e o quanto fico grata por ser comparada a uma escritora tão genial como a minha amada Clarice Lispector.

domingo, 18 de abril de 2010

Eu amo você...mas você ainda lembra quem eu sou?

Já fazia um tempo que eles estavam separados, morando em casas diferentes, e tendo vidas diferentes. Quando estavam juntos, ela escreveu-lhe um texto, porém nunca o mostrou.
Certo dia, ele estava em seus afazeres em casa quando, por intuição, olhou para baixo de sua porta e lá estava um envelope, sem assinatura. Estranhou o fato, mas pegou o envelope e sentou-se em sua cadeira de madeira que tanto gostava. Tirou os vários papéis que estavam em cima da mesa e abriu a carta, lendo-a com espanto quando notou que aquela caligrafia parecia familiar.
"Queria começar dizendo que eu amo tudo em você. Amo o jeito que você sorri para mim, sem graça, quando percebe que está fazendo algo que eu odeio. Amo quando você chega do trabalho e sussura em meu ouvido, com sua voz rouca, que está com fome. Adoro seus defeitos, como seus roncos que não me deixam dormir. Adoro quando você me faz rir de caretas suas...as caretas mais lindas que eu já vi. Amo quando você beija minha bochecha, me fazendo esquecer porque estava com raiva de ti. Amo o jeito que você me faz sorrir, toda vez que me olha com esses olhos que me fazem esquecer o mundo lá fora. Adoro quando você me chama pra deitar contigo no nosso sofá branco - que você me fez comprar - e me chama para assistir futebol com você. Adoro o fato de você ser vascaíno e eu ser flamenguista, isso dá mais adrenalina aos jogos. Amo quando estou distraída e você me cutuca, aí eu viro pra ti sorrindo e pergunto 'o que foi?' e você diz 'nada, só queria ver o seu sorriso'. Amo seu jeito de enfrentar as dificuldades. Adoro quando você sai com seu jeans surrado que eu detesto e aquela blusa branca que eu te dei. Adoro quando você me dá um beijo de boa noite que me faz ter vontade de não fechar os olhos só para não ter que parar de pensar em você, mas que, no final das contas, me faz pensar mais ainda em você, porque estará presente nos meus sonhos. Amo quando você segura minha mão e diz que vai ficar tudo bem. Amo o jeito que segura minha cintura quando vai me beijar. Adoro seus beijos, seu carinhos. Adoro quando a gente sai e você reclama que eu demoro demais para me arrumar, e aí, quando finalmente saímos, adoro o jeito que você fica com ciúmes quando me olham e me beija para 'marcar território', como você mesmo diz. Amo quando você abre a porta do carro para mim. Amo quando você me diz que eu sou tudo que você sempre quis ter. Enfim, acho que não preciso nem dizer isso, mas eu amo você! A única coisa que eu não gosto, é quando você resolve me fazer sofrer... (19/09/08 e acrescentada a última frase em 25/12/08 - meu primeiro Natal sem você).
Ass: Você sabe quem."
Ele ficou parado, estático, olhando fixamente para a carta com os olhos marejados de saudades. Ficou nesse estado por uns dez minutos, até a campainha tocar e atrapalhá-lo de seus devaneios. Por um segundo, ele cogitou a hipótese de voltar para ela.
Fechou a carta e guardou-a na gaveta com intenção de relê-la uma outra hora. Em seguida, abriu a porta e lá estava ela. Mas não ela, era outra ela. E essa "outra ela" abraçou-o e beijou seu pescoço de um jeito tão intenso, tão forte que, pelo seus beijos, se percebia a saudade, o tipo de saudade que só bate em recém-namorados, quando ficam dois dias sem se verem. Ele retribuiu fortemente seu abraço, esquecendo-se de qualquer hipótese antes cogitada, desligando-se do mundo como ela fazia quando estava com ele. Esqueceu-se até da carta.
E a carta permaneceu na gaveta, solitária, por muito tempo. Assim como a pessoa que escreveu-a, pois, o lugar que antes fora dela, agora era ocupado por outra. Os abraços que, antes, eram para ela, naquele momento estavam sendo recebidos por outra. E, a pessoa que antes a amava, agora estava amando outra.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Não se explica, se entende.

Costumo dizer que sou muito dependente das pessoas. E é verdade, eu não viveria sem gente. Eu amo gente. E amo tanto que não acostumaria a viver sozinha, isolada e longe de todos. Minha principal dependência são os meus amigos. Tenho extrema necessidade de conselhos, risadas, piadinhas que só eu e meus amigos entendemos.
Aproveitando que eu citei a amizade, esse é o assunto que eu gostaria de abordar hoje. Amizade é algo muito complexo e que eu, mesmo se colocasse todas as palavras lindas e carinhosas do mundo, não conseguiria descrever. Mas uma coisa é certa: é muito mais do que dizer "ah, fulano é meu amigo." Não... Eu, por exemplo, tenho mania de falar que todos os meus conhecidos são meus amigos quando conto alguma história a alguém.
Porém...espere. Quem são os verdadeiros amigos?
Amizade verdadeira pode-se contar nos dedos. Eu acho que são aqueles que nós confiamos acima de qualquer coisa, que temos prazer em contar as novidades. Algo como: acontece a melhor coisa da nossa vida, nós temos vontade de ir correndo contar pros nossos amigos. Até quando são as piores coisas. Porque, amigo que é amigo, está lá para as situações felizes e tristes. Amigo pode até ser aquele que tenta te consolar, mas é, mais ainda, aquele que chora com você. Amigos de verdade se entendem no olhar, sabem exatamente quando o outro conta uma verdade ou uma mentira, quando o outro está bem ou mal. Os amigos fazem questão de rir conosco quando estamos alegres e chorar conosco quando estamos tristes; fazem questão de escutar as músicas mais lentas e ver os filmes mais tristes junto conosco quando estamos tristes. Amigo que é amigo sabe a hora de falar e a hora de escutar. E sabe também quando não é preciso dizer nada; quando, só ouvir, já é o bastante. Amigo que é amigo, sabe exatamente quando o outro precisa de um abraço e...quer coisa mais reconfortante que abraço de amigo?
Amigos largam o que for para nos socorrer, para nos animar. Amigos são aqueles que te dizem a verdade, mas também aqueles que omitem coisas pequenas e desnecessárias para não nos fazer sofrer.
Mas amizade mesmo é aquela que tem altos e baixos. Abraços e brigas. Porque, querendo ou não, as brigas fortalecem ainda mais a amizade. Mas...amigos são capazes de se entender só com os abraços!
É tão incrível saber que sempre vai ter alguém pra você. Pra te abraçar, pra te fazer rir, pra te fazer chorar de alegria, pra te consolar, pra te entender.
Isso é ser amigo. É estar sempre junto independente de etnia ou classe social; é aceitar o outro e ser aceito por ele; é saber respeitar as diferenças e sempre achar coisas em comum.
É a mais pura verdade quando dizem que a amizade é um amor que nunca morre. Quer um sentimento mais puro do que esse? Me desculpe, mas acho que não irás encontrar. No julgamento de algumas pessoas, amigos são loucos. Sempre estão arranjando alguma situação para rir, se divertir e estar junto. Eu digo para vocês: amigos não são loucos...É essa loucura que se chama amizade.

(Postagem dedicada ao dia de hoje, mais especificamente à Malu França, Maria Alice Ferreira e Mariana Monteiro - que, mesmo não estando hoje, tem sido uma parte essencial da minha vida. Obrigada por serem minhas amigas. Amo vocês demais.)

domingo, 11 de abril de 2010

Minha maior paixão

"(...) Mas é feliz poder me expressar para os outros. Eu me sinto mais livre. E a única forma que eu sei me sentir livre é escrevendo. Porque eu sei que aí eu alcanço muitas coisas, além do gosto pelo português. Eu alcanço fãs. Que eu já tenho alguns, modéstia parte. Não que eu ache que eu sou o máximo, mas eu quebro um galho. Mas escrever é um dom que Deus me deu que eu uso do melhor jeito que posso. É uma terapia. Sem as letras, eu realmente não sei o que eu faria. Quantas vezes já escrevi quando não conseguia falar... Puxa, muitas vezes! E eu não quero parar. Eu não pretendo parar de fazer o que eu faço. De escrever o que eu escrevo. Porque é só assim que eu sei me expressar. Porque é só assim que eu consigo me curar das coisas. Pode ser o tempo que diga, que apague, mas a escrita é um curativo."
(14/02/09)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Te adoro.

"Que vazio aqui dentro.
Será tarde demais
Para amar você?
Será tarde demais
Pra gente se ver?

Não sei,
Estou agoniada.
Não sei,
Estou desesperada.

Se te quero,
Se te espero,
Por que tenho medo?

Quero colo,
Te adoro.
Vem pra cá."
(8 de junho de 2008)

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Pensamentos e emoções

"(...) Desde o passado remoto até o futuro desconhecido, minha mente fica pulando a esmo pelo tempo, tendo dúzias de ideias por minuto, descontrolada e sem disciplina. Isso, em si, não é necessariamente um problema; o problema é o apego emocional que acompanha o pensamento. Pensamentos felizes me tornam feliz, mas - vupt! - com que rapidez torno a me prender a preocupações obsessivas, estragando a felicidade; e então basta a lembrança de um momento de raiva para eu começar a ficar exaltada e brava de novo; e então minha mente decide que aquela pode ser uma boa hora para começar a sentir pena da si mesma, e a solidão não demora a chegar. Afinal de contas, você é o que você pensa. As suas emoções são escravas dos seus pensamentos, e você é escravo de suas emoções." (Elizabeth Gilbert, "Comer rezar amar", pág. 140)

Acho sinceramente que eu deveria estar recorrendo a um livro de auto-ajuda agora. Não, brincadeira, acho esses livros um verdadeiro saco (me desculpem escritores desse tipo de livro e leitores dele). É lógico que qualquer um gostaria de saber o que fazer na hora certa, mas nem sempre o certo pra um é certo para você. Por exemplo, se algum livro de auto-ajuda dissesse que quando você acha que tem um problema que não dá para resolver, deveria se jogar de uma ponte, você seguiria isso? Acho que não... Mas esse não é nem o fato. O "divertido" em resolver problemas é achar o seu modo de resolvê-los.
Mas e quando não se tem modos? Precisa-se apenas esperar?
Dizem que o tempo é o curador de todos os problemas, por isso muitas pessoas o usam quando não arranjam mais o que fazer. O problema é que nem sempre esperar é agradável. Quer dizer, se enquanto se espera, ficam passando cenas do tal fato em sua cabeça e sempre te fazem chorar, um dia isso cansará. E o que fazer depois de cansar? Eu gostaria de ter essa resposta...
Como o texto acima disse, somos escravos de nossas emoções que são escravas de nosso pensamento. E, com problemas, é normal que os pensamentos não sejam os melhores. Então nossas emoções não serão as melhores nesse tempo de espera que precisaremos.
Às vezes, é um pouco impossível dar um sorriso verdadeiro nesses casos, ainda mais por um motivo tão pequeno quanto "estou vivo, vou sorrir." E esse motivo parece ainda menor em relação àquele poço de tristeza em que estamos nos afundando. E, novamente, a felicidade parece tão distante que nem uma lata de felicidade instantânea ajudaria. Talvez essa seja a hora para nos conhecermos melhor, a hora para entrarmos em contato com nós mesmos e procurar lá no fundo um motivo maior para sorrir. Mas, se esse contato não for possível, a tristeza continuará invadindo, ainda mais quando somos forçados a lembrar de tudo, a reviver cada momento. Ainda mais quando nos obrigam a cogitar tudo que aconteceria se tivéssemos feito diferente. E aí resolvemos brigar com nós mesmos quando a culpa não foi nossa.
Isso só nos faz ficar ainda mais tristes, confusos, irritados ou até com raiva. Não ajuda em nada. E começamos a reparar nas músicas que ouvimos, nas roupas que vestimos, em tudo a nossa volta, começamos a reparar em como tudo te lembra daquele momento, daquela pessoa, como tudo fica tão vazio sem ela. Seus domingos não são mais os mesmos sem ela para conversar... Nos vemos numa situação que só se pode pensar: "E agora, o que eu faço?" Chora... mas chora muito. Chora, porque você pode chorar em um dia e no outro estar melhor. Ou não, ou você passará dias chorando até que essa lembrança se apague, ou que fique tão distante que você não se lembre mais dos detalhes, ou até que pareça uma realidade tão longe de ti que chega a ser feliz. E aí você se lembra disso com carinho... Talvez seja aí que tudo fique bem.
Mas, para tudo isso acontecer, precisamos esperar... E a espera traz pensamentos, emoções, lembranças. Um dia, o tempo irá curar. Porém, quanto tempo precisaremos esperar até isso acontecer? Quantas coisas precisaremos reviver e sofrer até conseguir sorrir de novo?
Eu não sei...
Enquanto não acontece, o que me resta é pedir perdão pela falta de inspiração para escrever e pela falta de ânimo que está me cercando. A minha espera pode ser longa, ou não. Mas peço a vocês, urgentemente, que esperem por mim.

Realidade

A situação está crítica... Confesso que não sei se é só crítica no Rio ou em outros lugares também, mas vou focar no lugar onde moro.
É complicado... Imagine como é para pais e familiares verem pessoas muito próximas deles mortas por uma ação da natureza, por uma chuva. É fato que o Rio de Janeiro não estava e não está preparado para receber chuvas desse tipo, e que isso causaria efeitos drásticos, porém, mais de 100 mortos já é um absurdo.
Confesso também que não tenho acompanhado muita coisa, por mais que tenha vistos jornais e muita televisão que, a todo momento, passa informações sobre a chuva. Eu realmente não sei o que poderia ser feito quanto a isso. Mas, provavelmente, isso é um aviso da natureza. Já a maltratamos tanto e não é nem que ela queira nos maltratar, mas um dia ela iria reagir. Certo? Então talvez metade disso, ou um terço, ou 0,5% disso tudo seja culpa nossa.
Está começando uma campanha de doações de tudo que é necessário para as famílias desabrigadas. Não quero mandar aquele papo de ficar lamentando pelos outros e não fazer nada, mas, falando sério, se puder, ajude. Se eu puder, ajudarei também.
Tenho certeza que mais da metade dessas pessoas não merecia morrer assim. Acho que ninguém merece. E morreram em função de deslizamentos, afogamentos, tudo porque o lugar onde moram não é apropriado.
Ontem, estava vendo o Sérgio Cabral falar que ele avisou que deveriam conter o crescimento da Rocinha, porque era em um lugar perigoso e próprio para deslizamentos e que agora muita gente mora lá e isso não deveria ter acontecido... Mas, pensem bem, onde morariam todas essas pessoas, senão ali? Onde se instalariam todos esses "excessos"? Talvez a visão do governador seja um pouco...egoísta. Sem julgamentos, eu realmente gostaria de poder ajudar.
Não consegui estar em casa esses dias, tive que pedir "abrigo" a uma amiga minha e, por isso, pude acompanhar como tudo estava um caos. A Lagoa encheu, as ruas alagadas. Tudo, tudo terrível. E hoje, tudo cheio de terra. É desastroso. É angustiante saber que tantas pessoas morreram por isso, ou estão desaparecidas por causa disso.
Agora eu me pergunto: onde isso vai parar? Até onde a natureza pode reagir?
Pense.