sexta-feira, 31 de agosto de 2012

My endless love.

É ao som de Endless Love que começo a escrever para você. Procuro palavras que parecem indizíveis, mas tenho tanta coisa a dizer que preciso colocar vírgulas e pontos em seus lugares corretos.
A começar por essa música, que foi a nossa última música, a minha despedida. Sem eu saber, te convidei para gravarmos um vídeo para o "meu trabalho do colégio" que, na verdade, era para o meu namorado, que você nem sonhava que eu tinha. Cantamos juntos pela última vez. E eu tirei a nota máxima no trabalho!
Eu sempre fui impressionada com a sua sensibilidade musical, pois sempre que eu te mostrava uma nova música, você pegava seu violão e com cinco ou seis tentativas, tirava a melodia inteira para que nós cantássemos juntos. Você sempre me incentivava a cantar... Por mais que eu nunca tenha acreditado de verdade na minha potência vocal, você me fazia ter pelo menos orgulho do que eu cantava e de quem eu era. Você me fez ter certeza de que a sua escolha por música tinha sido completamente válida. Eu te julguei por muitas vezes por ter largado a Engenharia no último período, mas não existiria nada que combinasse melhor com o seu dom do que música. Porque era isso que você era, independente de faculdade: músico. E o brilho nos seus olhos sempre que você me mostrava um novo projeto musical seu era o que me fazia ter certeza de que a música era mesmo o seu lugar. E o meu também.
Tudo começou na nossa quarta-feira musical. Naqueles tempos em que eu mal conseguia tocar violão, porque ele era maior do que eu. Eu desisti de tocar, mas não deveria. Depois a gente trabalhou apenas na voz... E você sempre me dizia o quanto eu tinha talento para isso. Eu nunca mais cantei de verdade depois que você se foi, sabia? Já tentei milhões de vezes no karaokê, sem muito sucesso, mas a magia não acontece sem você aqui. É que foi essa a descoberta que eu fiz: tudo não passava de magia. E, depois que você me deixou sozinha com a minha voz, essa magia passou a não existir. Há quem diga que eu preciso de alguém que me incentive novamente... Talvez. Fato é que essa pessoa era você. Por mais que eu tenha certeza de que ainda me incentiva aí de cima, não existe mais a minha música sem o seu violão.
Foi você que me fez acreditar em cada nota. Foi você que me fez cantar as minhas primeiras notas, decorar cada som, começar a ler partituras como ninguém; foi você que criou em mim essa facilidade e essa ligação com a música que até hoje é algo que vem do fundo do meu ser. Você que me fez acreditar que eu poderia ser tudo que eu quisesse. E hoje, apesar de ter algumas pessoas contra o que eu quero ser, eu sei que você me apoiaria em cada decisão e me diria: você será uma ótima professora de Português, princesa.
Eu não tenho palavras para te agradecer por fazer brotar em mim esse amor... Por Tim Maia, Rita Lee, Marisa Monte (porque "meu agudo é mais agudo do que o dela"), The Beatles, Maurício Manieri... E por aí vai... Eu nunca vou conseguir te agradecer por ter plantado a sementinha dos sonhos dentro de mim, porque hoje eu sou cheia deles e sei que você estará sempre comigo para me ajudar a realizá-los. Você é meu eterno amor e nossa última música só enfatizou isso.
Obrigada por ter colocado pontualidade em mim (britânica! e com tiques nervosos por dois minutos de atraso!); obrigada por me fazer amar cada instrumento musical e admirar todos os que fazem música; obrigada por me ensinar, através da música, o que é o amor; e obrigada, mais do que tudo, por ter dito que me ama e que acredita em mim, porque eu tenho talento para isso.
Fará dois anos que você me deixou. E dois anos que eu tenho vontade de chegar na sua casa e te dizer "Tio, a gente pode cantar essa música?"
Eu te amo.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

E eu me lembro dos seus olhos...

Eu me lembro perfeitamente, como se eu estivesse assistindo esse filme novamente, como se pudesse ver todos os detalhes para descrevê-lo. Foi um filme lindo, eu confesso. Que poderia ter alcançado sucesso de bilheteria pelo tamanho de sua intensidade; poderia ter alcançado muitos corações com vontade de sentir tudo aquilo que emanava de mim para ele. E dele para mim. Através, principalmente, dos nossos olhos.
Recordo-me daqueles olhos. E não me canso de escrever sobre eles. Aquele brilho que eu nunca vi igual, que eu posso dizer que é meu porque me dei o direito de roubá-lo, de pegá-lo para mim, foi a coisa mais linda que já presenciei. Olhos acesos, como em brasa, encarando-me. E a boca dele não precisaria dizer nada, pois os seus olhos falavam muito mais. A intensidade me atravessava e rasgava meu peito, chegando imediatamente ao meu coração e o fazendo palpitar como nunca. Ou, como sempre, quando eu estava perto dele.
Foram cenas perfeitas de um romance muito bem escrito. Poderia ser visto sem nenhum som, que tudo faria sentido do mesmo jeito. Porque quando eu olhei para ele e ele me olhou de volta, os sons ficaram mudos. As pessoas falando ao lado não importavam, o vento bagunçando meus cabelos não fazia a menor diferença, as minhas mãos suando e minhas pernas bambas poderiam facilmente serem ignoradas.
Eram os olhos dele brilhando nos meus e eu podia me enxergar dentro deles com clareza. Mas, na verdade, não enxergava coisa alguma, só aquele mar em que eu me jogava cada vez que eu insistia em olhá-lo mais um pouco. Apossamo-nos de nossos próprios olhares e os fizemos prisioneiros perpétuos em nossa própria paixão.
E nunca houve nada em minha vida como capturar aquele olhar...

(Inspirado em "Beautiful Goodbye - Maroon 5", muito especificamente na parte "I remember your eyes were so bright...")

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Amor


A minha mente não capta;
Minha boca não descreve. Somente
O meu coração sabe, apenas sua pulsação está apta a
Receber tudo que o sorriso sorri e os olhos brilham, simplesmente.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

E continuo sorrindo.

Eu poderia escrever qualquer coisa sobre o significado desse dia para mim. Pensei até em fazer isso, explicitamente mesmo, com títulos como "Parabéns só para mim" ou "Recordar é viver" ou "Eba, dois anos! Ou não". Eu fiquei meditando a respeito de vários textos, todas as coisas que eu poderia dizer, fazer que expressassem pelo menos um terço do que significa o dia Primeiro de Agosto. Mais do que todos os outros dias primeiro.
Não estava bem. Acordei muito bem sim, mas a animação logo se foi quando peguei meu celular e olhei a data. "Que droga", pensei, "Mas tudo bem, sobrevivo a mais essa."
O dia foi passando normalmente. Até que... bem, até que um motivo bem evidente para sorrir surgiu. E eu sorri. E, na verdade, estou sorrindo até agora... O Cielo não ganhou na natação, houve eliminados no judô e o basquete feminino também perdeu, mas eu continuei sorrindo.
E, por mais que eu cisme em dizer que ainda dói, eu percebo que há muito mais motivos para comemorar do que para me entristecer. Pois ainda há as lembranças boas, as memórias felizes, as recordações do que um dia eu fui. Porém eu aprecio muito o que sou agora.

E descubro que o dia Primeiro pode não ser tão ruim assim.